sábado, 21 de outubro de 2017

Festas? não, obrigada.

Eei, tudo bom?
Estava eu aqui neste belo sábado e decidi me aventurar. Arriscar-me em mais uma festa.
Sim, depois daquela trágica a qual fiz um post há sei lá quanto tempo.
Brincadeira. Na verdade eu não tinha muita escolha e seria uma imensurável desfeita não comparecer  ao primeiro casamento de um dos meus primos.
Mas, sabe, realmente esta vida (de festas) não é para mim e tenho, agora, plena convicção.
Senti-me não mais estranha, antes fosse, senti-me acuada, deslocada, um peixe fora d'agua.
Eu, que esperei ansiosamente para usar o lindo vestido azul marinho com um tamanco vermelho (julguem-me porque falo TAMANCO) e um brinco gigantesco que fazia eu me sentir uma drag (minha mãe me obrigou cada detalhe), dou graças por ter acabado.
Foi mal, esta não sou eu, mas se quer saber, não faz mal.  Acho que as experiências são úteis para que nos conheçamos melhor e paremos de nos submeter àquilo que não nos apetece. ao menos quando é possível.

Leitor, quero que saiba que me sinto um pouco melhor agora por estar aqui compartilhando um pouquinho disto com vocês. Sinto-me aconchegada como se eu estivesse a conversar com alguém que me compreende e me acolhe, alguém que é igualzinho a mim. E por isto não pude deixar de escrever algumas palavras e me despir daquilo que estava me pesando os olhos, fazendo-me chorar a pouco, e trazendo uma enorme dor de cabeça a quem não bebeu sequer um gole de álcool porque não se satisfaz em tal ato.
Senti-me mal por Ns motivos trazidos pelo estopim festa,e, então me pergunto: Quem pode te dizer o que é aproveitar a vida?
Pois para muitos isto (festa) tem papel essencial neste processo, mas a mim é, depois de estar exposta ao sol, meu pior pesadelo. 
Desculpe.Eu só precisava falar.
Eu, que já me questionei tanto porque sou assim e sim, tentei dar chances, vejo que isto não sou eu, que isto não me faz bem, pelo contrário.
Gosto de crocs não de tamanco
Gosto de brincos pequenos ou nenhum e não aquele lustre em minhas orelhas
Odeio maquiagem porque eu cuido demasiadamente de minha pele para não precisar ficar dependente disso
Minhas unhas não pintei, não fiz, não deixei grandes (ao menos isto não fui forçada)
O vestido é de fato lindo, fui eu, inclusive, quem escolheu. Usarei de novo outras muitas vezes, espero..Mas nada se compara ao meu moletom e minha calça também moletom
Os cabelos soltos impecáveis são uma graça, mas gosto de bagunçar a meu modo, passar as mãos 500 vezes e sentir que ainda não estão bons e simplesmente me irritar e fazer um coque
Álcool não passa em minha boca. O gosto não me agrada, estraga minha pele, minha saúde e meus órgãos (se tudo der certo quero doá-los, então, tenho também que conservá-los)
Mal os doces, pelos quais me privei toda a semana de porcarias, só comi três e me senti superlotada e enjoada
O coquetel sem álcool estava mel para mim, definitivamente desacostumei. Tinha refrigerante e eu não gosto de refrigerante, tinha açúcar e galera, não me levem a mal, mas eu tomo suco de limão sem açúcar, então aquilo não me desceu. Dei uma segunda chance, realmente não deu.
Minhas pernas doem, minha cabeça, meu corpo, minha mente..Cara..isto é o que chamam diversão?
A lembrança recorrente que tenho é das pessoas dançando ao meu redor e eu dura, sem conseguir me mover, constrangida, sem molejo, nada...não dá. Fui para o canto, perdi minhas companhias para o álcool, a música, a diversão que eu não conseguia e ainda não consigo enxergar. Como pode haver uma dicotomia tão grande em pessoas tão próximas?
Minha segunda distração da noite, um fotógrafo muito lindo, a esta altura tinha partido, para minha tristeza. E eu, por sorte, consegui fazer o mesmo antes de dar vexame sem precisar abrir a boca.

Agora?? Agora acho que consigo dormir depois de expelir estas palavras.
Sabe, sempre fui do tipo que faz vergonha à mãe e a quem me escolheu para seu amiga, porque infelizmente, não tenho maturidade para guardar o que sinto e fingir que estou ok quando não é verdade. Preciso de algum modo pôr para fora meu sentimento e me dói os ossos quando preciso ser forçada.
Isto ocorria quando eu era obrigada a viajar para o interior quando criança e continua hoje, quando tenho de ir numa fantasia para um ambiente que não me apetece.

Bem..se minha tia estiver lendo isto agora, provavelmente me achará rude kkk. Ela sempre diz que sou dura com as palavras, mas é que elas ajudam-me a externar de forma mais verossímil aquilo que sinto. E me tiram uma carga que não podería suportar no silêncio. Mas, digo-te que elas são incríveis não apenas por serem minhas melhores amigas. Mas porque do mesmo modo que podem ser pesadas, elas conseguem com maestria ser as mais doces também. Tudo depende, e o problema não está com elas, aliás, são só palavras que expressam aquilo que eu sinto. O problema talvez esteja em nossa mania de desejar que tudo esteja sempre bem e bonito, quando na verdade, sabemos que a vida não é um mar de flores.

PS: As pessoas têm uma visão tão romantizada de festas, como sendo a coisa mais incrível, mas se quer saber, depois do elevador, é o lugar mais coercitivo em que já estive.
PS2: Erros, já sabem..relevem, pois é o sono.

#UmaHeliofóbica

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O que eu posso fazer?

Oi, de novo!

Dois posts por ano dá para suportar, mas talvez dois no mesmo dia seja um excesso, principalmente em se tratando de mim kkk. (vocês superam).
Bem..esta não é uma forma de compensar as bobagens que postei anteriormente, até porque não sei se daqui sairá uma bobagem parte 2. É só que eu estava lendo umas coisas antigas que publiquei e meio a outras tantas besteiras que postei, deparei-me com coisas bem legais que me remeteram a momentos e que agora reverteram-se na tão clamada motivação.

Ei, o que eu posso fazer se descobri que não tenho controle sequer sobre coisas que dizem que tenho?
Ei, tenho uma prova amanhã e não me sinto segura. Não, não. Eu estudei, mas não é uma professora, mas "A professora". E o que posso fazer quanto a isso?
Ei, dizem para eu sorrir mais e falam que estou divertida quando acabo me permitindo estar e brincar com as pessoas. Mas o que eu posso fazer se eu não sou sempre assim? E se isso, assim como a garota legal e divertida, fazem parte de meu eu, o que posso fazer?
Ei, deixe eu lhe contar, é tudo mentira quando falaram a ti que é simples tomar decisões ou quaisquer coisas do tipo.
Ou será que é só comigo, que sempre tive dificuldade em levar as teorias para a prática?
Eu pensei em algo diferente, mas estava comum. O que eu podia fazer? postar o texto que tinha feito, desistir ou mudar? mudei. Mas nem sempre as escolhas são assim tão singelas kkk
Estava lendo uns posts antigos e sentindo vergonha de meu eu do passado (não vergonha alheia. Pois um amigo me disse que é errado falar assim) porque postava bobagens e cometia bastantes erros gramaticais. Mas quem sabe ainda os cometo e "ai ai" fossem esses nossos únicos erros na vida
E o que podemos fazer se errar faz parte do processo e nos ajuda a crescer?!
O que podemos fazer senão aprender, já que não podemos, quem sabe, mudar e escolher a porta de opção 2 ou 3 como nos desenhos?
Estava pensando sobre este período na faculdade e sobre como estava tudo tão alinhado, mas aos poucos foi se desestabilizando e como eu gostaría que ele tivesse sido bem mais produtivo.
Mas o que posso fazer se amanhã é o último dia? O que posso fazer que não me programar e tentar outra vez ser mais eficiente? Esta é uma questão até fácil de se lidar não fossem os reveses da vida.
E o que podemos fazer se não podemos mudar ou voltar ou fazer por não ter feito?
Nada. Pois nem tudo está a nosso alcance, por exemplo o que já passou. Mas temos, sim, não por completo, mas certo espaço para começar again and again sempre que acharmos necessário.
O que podemos fazer? Pensa menos garota, e faz mais_Momento meu outro eu me aconselhando.
Se fez pouco este período só analisa o que precisa melhorar e se planeja..Você consegue! _Quem nunca falou consigo mesmo? O que eu posso fazer se é involuntário?
Fale consigo. É bom kkk
Talvez seja frustrante pensar sobre não termos controle sobre muitas coisas, mas talvez pensar assim seja uma escolha nossa. O que podemos fazer? Faça. O que puder e achar que deve. Ao menos assim seu arrependimento não será por não ter feito, e isto não lhe garante algo bom (o fazer), mas ao menos saberá que fez algo.

PS: Alguns comentários em moderação não foram respondidos, porque o blogger não sinalizou. Mas tratarei de resolver isto agora!

Um post sem sentido! Prometo que isto não será recorrente kkk

Olá pessoas
Bem.. Tenho estado mais omissa do que gostaria, mas a verdade é que não me tem vindo muita inspiração e ando me ocupando bastante com algumas coisas da faculdade que, por sinal, não tem me rendido frutos tão doces quanto eu gostaría. Porém, prefiro pensar que tudo é questão de tempo e que aprendizagem faz parte deste tempo. Que varia de indivíduo para indivíduo.
Enfim, esta postagem é reflexo de minha total falta de motivação para escrever um conteúdo razoável, mas, ao mesmo tempo significado de que não estou totalmente alheia ao meu blog. Apesar de parecer.
O tema é sobre a descrição de uma praça e do grupo que está nela, para um trabalho de antropologia que entrego amanhã. Fiz com um amigo, mas esta parte fui eu quem escrevi, por isto estou postando. 
Apesar de não saber se está de fato boa ( meu amigo fará alterações lá no nosso trabalho, se necessário) ou se é realmente isto uma etnografia kkkk, ao menos tentei e é o que vale. Acho que minimamente valeu a experiência e algumas palavras legais. 
É meio longo, mas espero que tenham paciência e gostem. 
Com amor, uma escritora não tão omissa assim <3



Uma praça é um local feito não somente para ornar um bairro, mas também para promover a interação entre as pessoas, possibilitando a elas um momento de lazer. Mas, atualmente, com toda a onda de violência e insegurança nas cidades, principalmente, o número de pessoas que frequentam este tipo de ambiente tem se tornado progressivamente mais escasso, ao ponto de uma praça ser tida como um local onde só é comum se frequentar em interiores.
O ambiente transmite calmaria e lembra bastante o clima interiorano. Aqui, a impressão que se tem é que não há pressa, não há vida lá fora ou quaisquer coisas com que se preocupar. No rádio de um senhor que estava sentado apreciando as pessoas passarem perto dele naquele meio de tarde fresco, tocava uma música que em muito nos faz lembrar de nossas avós a cantar. “Você é meu céu, você é minha vida”. Era o que dizia a letra da música “Meu cofrinho de amor” de Elino Julião. Desta forma fomos recebidos e percebemos, então, que estavamos no local certo.
Num local onde a pacificidade e a tranquilidade parecem imperar, a única figura que destoa do lema da praça é a de um carteiro que, apressado e dono de semblante duro e rijo, caminha rumo a mais um endereço. Ao nosso redor, as árvores nos dão a resposta do porque somente naquele momento, depois de uma busca implacável por um ambiente para explorar, tudo pareceu ganhar frescor e sombra. O lugar é agradável de se estar e parece que não foram somente nós que percebemos isto. As pessoas ali são predominantemente idosas e parcem não serem compostas de outra coisa senão da mais pura e singela felicidade.
Um pouco mais distante de nós, um grupo contendo cerca de 20 senhores jogando baralho e dominó. Negros e brancos, gordos e magros, de pé ou sentados, eles jogam sem muito barulho, apenas algumas palavras e frases curtas são lançadas. O foco parece ser a partida. Alguns fumam, os outros não dão sinal algum de incômodo com o cheiro. Aparentam ter idades muito próximas e se vestem de forma similar: bonés ou boinas, camisas: de time, escola ou regatas; bermudas jeans e chinelas.
Na mesinha e bancos fixos em que estão, cartas de baralho; dominós; dados; uma caixa com fichas e um burburinho. Eis que um deles se exalta e outros também o fazem. Alguém trapaceou e isto não passaria despercebido. Alguns deles elevam a voz na tentativa de serem ouvidos meio a todo o falatório e, então, tudo se acalma outra vez. Eles parecem ter sanado o problema e punido o trapaceiro. Agora riem e continuam a jogar como se nada tivesse ocorrido.
Por perto, um outro senhor passeia com seu poodle, uma moça volta da academia e algumas crianças brincam em amarelinhas desenhadas no chão e em outros brinquedos que, inclusive, num deles, marcas de xixi são percebidas por olhos atentos.
Um dos senhores que joga baralho com seu grupo decide dar uma pausa. O motivo é que ele está apertado e precisa urinar. Sem pudor algum, levanta e vai até a árvore mais próxima. À luz do dia, publicamente, alivia-se ali mesmo e volta à partida, sentando-se em um banquinho que parece ter sido ele próprio quem trouxe de casa . O mais inusitado é que logo ao lado há uma creche e naquele mesmo momento algumas crianças são liberadas. Ninguém parece se afetar.
Enquanto um carro de som passa em frente a um palco com pichações, anunciando que haverá um culto na capela S. Francisco de Assis naquela noite, a mãe de uma das crianças segura suas pequenas mãos e vai em direção a um senhor que vende cocos a 1 real a unidade. Valor que, em bairros nobres, orla ou praia não pagaria nem metade.  Mais a frente, uma moça com uniforme laranja da empresa  BTS varre o chão. E um rapaz da mesma empresa, um pouco mais distante, faz o mesmo serviço. Há muitas sacolas pretas com folhas secas amareladas recolhidas na ponta da calçada e seu serviço parece estar surtindo efeito.
Lá, contudo, outros grupos, além dos idosos, estavam presentes. Na quadra poliesportiva, de basquete e futsal, muitos jovens suados deixavam a bola escapar da quadra, fazendo-nos interagir com eles. Dos 10 bares espalhados, apenas dois estavam abertos e não contavam com pouco mais que dois clientes cada. Um dos bares toca uma música cuja letra fala sobre a partida de alguém amado “...mas você chegou para mim e disse adeus...”, enquanto o segundo, com a televisão ligada, exibe uma novela mexicana.
As barras de ginástica, outrora vazias, foram ocupadas por dois rapazes. Na rua, outros dois poodles passeiam com seus donos. Em dois dos muitos bancos coloridos dispersos, há casais tendo relações demasiadamente afetivas sem se importarem com quem está ao redor.
Agora o sol está mais suave, o relógio indica 16:08. As folhas que ainda não foram postas naqueles sacos de lixo pretos adornam o chão embelezando o local, dando-lhe aparência de outono. Árvores de jamelão, coqueiros, dentre outras espécies, agora, dançam com o vento, enquanto os pássaros bem-te-vis responsabilizam-se pela melodia.
E não cessa o vai e vem de pessoas por ali. Agora não só crianças pequenas brincam no parquinho, mas também outras, um pouco mais velhas, percorrem a extensa praça com suas ávidas bicicletas. Enquanto um grupo de jovens, sentados, conversam entre si, deixando as suas recostadas próximas a eles.
Perto de uma das árvores, algumas seringas, mas nenhum hospital por perto. O que sugere que há pessoas que fazem uso de drogas durante o período da noite. Mesmo com uma caixa para coleta seletiva próxima, há, além disso, embalagens plásticas no entorno, o que posterga o fim do serviço dos dois trabalhadores que varrem o local.
Mas além deles, na outra ponta da praça, estão vendedores ambulantes com suas barracas de: frutas, pastéis, caldo de cana, queijos, etc. Um morador de rua, bem próximo deste mini comércio de comidas que é esta parte da praça está acompanhado por muitas coisas as quais muitos chamariam de entulho, e que nada mais é que sua moradia. Ele é bastante idoso, tem um semblante sério e traz consigo um quadro com uma pintura de pirâmides em tons azul e rosa, feitas numa porta de guarda-roupa.
O ponto de ônibus logo ao lado dele e em frente ao mini comércio de comidas está lotado de pessoas que esperam seus coletivos cujas linhas são para alguns distintos interiores. Funcionários da empresa Torre, sentados no chão da praça, esperam o turno começar. O celular que fotografava pontos chamativos aos nossos olhos, a esta altura já estava descarregado, impossibilitando novas imagens.
Um segundo senhor urina. Desta vez já não nos gera qualquer espanto ou riso de estranhamento, o que revela que já nos sentimos imersos e à vontade o suficiente naquele lugar que já se tornou também um pouco nosso. Esgoto, urina e cigarro, é o que se sente nesta parte da praça que estamos agora, a qual o segundo idoso se aliviou sem preocupação.
Alguns dos senhores ao voltarem da farmácia ou supermercado param para olhar os outros jogarem e alguns entram no jogo. Enquanto o rapaz do coco guarda seu material de trabalho, o dono de um terceiro bar inicia seu expediente. O sol se põe, partimos ao som da última canção “ Trago o que me faz feliz. Nosso filho que eu não fiz e o cachorro de estimação” (cantor desconhecido).
A praça é como o centro do bairro e é engraçado e contraditório porque o que se espera de um lugar considerado como o centro é que ele seja simbolizado e representado pelo barulho e estardalhaço. Mas, serenidade é provavelmente a melhor palavra para defini-lo. É como se ela fosse um mundo a parte de todo o estresse e poluição sonora percebidos ao emergirmos dela. Na praça tudo é calmo, fora dela, poucos segundos depois, já é possível ouvir uma miscelânea de sons: ambulância, buzinas, carros, pessoas falando ao celular e muito movimento ligeiro de gente que corre tentando acompanhar o tempo que parecia não correr na praça.
No início daquela tarde, ao percebermos aquele local com várias pessoas, a curiosidade que se instalou veio com a seguinte pergunta: “Quem fica em praças?” e à medida que fomos consumidos pelo clima do ambiente, mudamos o questionamento, ao sairmos de lá, para “Por que não ficamos mais em praças?”.
Foi assim, preenchidos por um turbilhão de inexpressivas sensações incabíveis em nós mesmos e que seríam imperceptíveis se tivessemos sido alheios àquele local, que saimos de lá. Despedindo-nos da estátua de bronze que dá o nome àquela praça.

Nos galhos secos de uma árvore qualquer
Onde ninguém jamais pudesse imaginar
O Criador vê uma flor a brotar

Catedral
Trecho da música “Galhos Secos”